como boa leonina, sempre estou refletindo sobre mim mesma. esses dias reparei que existem algumas coisas que consumo que são TÃO EU que me choca o fato de não terem sido criadas por mim. na verdade, eu entendo. algumas delas vieram antes do meu nascimento, MAS se a questão temporal não fosse importante, pode ter certeza de que eu seria pioneira em muitas delas!
obrigada por acompanhar mais uma newsletter totalmente egocêntrica by annavoid. ando tristinha nos últimos tempos, é bom relembrar das coisinhas que me fazem feliz. beijos e muita luz!!!!!
✸ folkmore (taylor swift, 2020)
já desabafei sobre a minha complicada situationship com a taylor swift algumas semanas atrás, mas isso não apaga o carinho que tenho pelos discos folklore e evermore. parece que eu invadi o cérebro da loirinha quando ela pensou no conceito por trás do projeto. me identifico totalmente com a sonoridade folk, a vulnerabilidade das letras, as reflexões sobre a infância, as questões psicológicas abordadas, o visual preto e branco de folklore, o outonal de evermore, a simplicidade, a solitude. tudo isso faz folkmore ser o disco que mais me representa como ser humano™.
✸ cilibrinas do éden
depois que a rita lee foi expulsa dos mutantes, ela foi salva da depressão pela lucinha turnbull, uma guitarrista super talentosa que apenas precisava de uma garota mais doida que ela para formar uma banda só de mulheres. assim nasceu a dupla cilibrinas do éden, tocando músicas oníricas que pareciam ter sido feitas por fadas de campos distantes, com seus violõezinhos e flautinhas. foram muito felizes no curto tempo de existência e deixaram um disco maravilhoso gravado em 1973, com destaque para a icônica gente fina é outra coisa. 100% annavoid.
✸ comic sans (laisa couto, 2021)
descobri por acaso esse livro de poemas sobre crescer nos anos 2000 e foi uma grata surpresa. ele é inteiramente composto pela fonte comic sans (mais nostálgico que isso, impossível) e tem várias ilustrações fofinhas de coisas que apenas dinossauras como eu têm pego emocional, como mp3, computador bege e celular tijolão. amo que muitos poemas mencionam the sims 2, que é um jogo totalmente annavoid. queria ter tido essa ideia. nota: todos os meus stories no instagram são escritos em comic sans.
✸ pen15 (2019–2021)
uma série sobre duas pré-adolescentes que são propositalmente interpretadas por atrizes adultas para que a experiência da puberdade não sofresse censura ou atraísse predadores sexuais. é a verdade nua & crua da adolescência. o fato de a história se passar no ano 2000 deixa tudo mais legal porque, caso não tenha percebido, eu tenho um apego emocional muito grande com essa época, pois cresci nela e admirava (quase) todos os adolescentes retratados em malhação. meu sonho era ser adolescente, mas quando me tornei adolescente 10 anos depois, não era a mesma coisa.
✸ the white stripes
assim como jack white, eu formaria uma banda totalmente inspirada no proto-punk da década de 60, com muita distorção nas guitarras, uma bateria bem agressiva e muito chiado nas gravações (isso é retrô). eu também dedicaria o disco de stijl ao arquiteto gerrit rietveld, vestiria apenas preto, branco e vermelho (óbvio), e me casaria com a meg white.
✸ rookie magazine

em 2011 a tavi gevinson fez o que eu sempre quis fazer: lançar uma revista teen inspirada na clássica sassy, ou seja, algo para todas as alternativinhas out there. a rookie era maravilhosa porque visualmente lembrava muito um diário, cheio de colagens, desenhos e frufruzinhos fofos demais, mas também levava seu público-alvo bem a sério, com ensaios bem densos sobre a adolescência.
o que mais me atraía era o mundo “pop” da rookie, que consistia em coisas tipo bikini kill, sleater-kinney, freaks and geeks, daria, rocky horror picture show e pink flamingos, e pessoas legais como a karen o e o beastie boy ad-rock.
menção honrosa para as playlists de sexta-feira e os kits de colagem (que eram uma das muitas maneiras de incentivar os leitores a fazer arte) </3 saudades eternas.
✸ confissões de uma adolescente em crise (sara sugarman, 2004)
não há nada mais annavoid do que um filme sobre uma adolescente maluca que entra em PÂNICO após sua banda favorita anunciar que vai acabar e que os fãs terão apenas mais uma chance de vê-la ao vivo. lindsay lohan, acompanhada de sua bff que não lembro o nome, faz de tudo para conseguir ir ao show e conhecer o vocalista, que é uma mistura de julian casablancas com jim morrison.
vivo esta mesma situação neste momento com a banda oasis, mas vivi inúmeras outras vezes com o black sabbath e o rbd, por exemplo. sou uma pessoa que acolhe todos os mundos.
✸ lana del rey
se eu fosse uma popstar, com certeza seria melancólica e colocaria referências dos anos 50 e 60 em tudo. meu nome artístico também teria a ver com a atriz lana turner e algum carro antigo charmoso. eu escreveria uma música sobre o dennis wilson, gravaria vídeos pelo aplicativo 8mm no iphone, flertaria com o country, teria a priscilla presley como ícone fashion e declararia que queria estar morta apenas pelo drama. NÓS SOMOS a mesma pessoa, elizabeth grant e eu.
✸ superstar: the karen carpenter story (todd haynes, 1987)
carpenters: a dupla de irmãos considerada brega pelos jovens descolados fãs de led zeppelin nos anos 70, mas que virou cult graças ao sonic youth décadas depois. a história deles é bem curta e acabou com a morte da vocalista karen carpenter aos 32 anos, em decorrência da anorexia e bulimia.
superstar conta sobre isso e foi inteiramente gravado com BARBIES! que ideia genial. muita gente não entendeu que o filme é super educativo, servindo de alerta para outras garotas que sofrem ou podem vir a sofrer com essas doenças. ele foi banido e censurado, mas felizmente uma cópia foi guardada e hoje é possível assisti-lo numa qualidade péssima no youtube! vale a pena.
✸ exile in guyville (liz phair, 1993)
liz phair não sabia tocar guitarra e nem cantar, mas, num momento de raiva, pegou o disco exile on main st. dos rolling stones e pensou “e se eu escrevesse músicas em resposta à misoginia deles?”. ela é militante demais! assim nasceu exile in guyville, um clássico instantâneo que recebeu nota 10 da TEMIDA revista pitchfork e que ocupa a posição 56 dos 500 melhores álbuns de todos os tempos da rolling stone. ufa. muitas informações. apenas liz phair e eu pensaríamos em fazer um disco-resposta aos rolling stones – e isso é só porque amamos muito eles.
✸ i remember yesterday (donna summer, 1977)
um álbum conceitual sobre a história da música que mistura décadas passadas com disco, cuja última canção i feel love é uma representação do futuro? canção essa que fez brian eno comentar com david bowie que aquilo era o futuro mesmo? genial.
✸ pleasing by harry styles
se eu tivesse uma marca de roupas, unhas, decoração e estilo de vida™ seria a PLEASING. é tudo tão coloridinho e fofinho, com desenhos psicodélicos e estampas nonsense. amo muito. parabéns, harry styles, por roubar essa ideia de mim e ainda torná-la inacessível para nós, meros brasileiros pobretões.
✸ olivia rodrigo
a olivia rodrigo não sabe, mas ela e eu dividimos o mesmo neurônio: somos obcecadas por figurinhas, estrelas, sapatos de plataforma, festas de formatura e cores berrantes. se eu tivesse talento e idade para isso, COM CERTEZA lançaria um disco inspirado na alanis morissette e no hole. GRITOS!!! GUITARRAS!!! ROCK!!! RAIVA FEMININA!!! EXPLOSÕES!!!
Achei esse post muito cultura, para pessoas sem cultura como eu.
QUE DIVA AMEI