#1 em defesa da banda limp bizkit
só porque eu amo muito o wes borland
FUN FACT: essa newsletter saiu no dia e no horário da minha colação de grau!!! parabéns pra mim!!!
no dia 21 de novembro de 2023 o lollapalooza divulgou suas atrações para a edição de 2024. quando vi o nome LIMP BIZKIT com letras maiúsculas e ocupando um lugar de destaque no pôster, minha única reação foi rir. limp bizkit headliner? por acaso nós estamos vivendo o ano 2000, no auge da american pienização da sociedade?
se você não sabe do que estou falando, recomendo fortemente que assista a série documental “desastre total: woodstock 99”, disponível na netflix. além de fazer um panorama do que foi a violenta edição de 30 anos do festival de woodstock, ela explica didaticamente como o nu metal (gênero musical que ganhou notoriedade no final dos anos 90 e início dos 2000) tornou-se um antro de homens-brancos-cis-héteros que dão soquinho na parede porque levaram um fora, além de sexualizar qualquer ser humano com peito e vagina. se você é maluco igual a mim, também vai querer assistir ao filme “woodstock 99: peace, love, and rage”, no max. os dois são muito bons.
e é aí que entra o limp bizkit: eles foram uma das maiores bandas de rock na virada do milênio, propagando tudo-isso-que-tá-aí no parágrafo acima.
agora você deve estar se perguntando como eu, uma feminista que foi ao show do bikini kill e que sabe que se o papa fosse mulher o aborto seria legal, fui capaz de escrever uma newsletter com o título em defesa da banda limp bizkit, não é?
bom, primeiro porque eu acho que eles são uma banda incompreendida. segundo que é tudo culpa do vocalista fred durst. explico.
who the fuck is fred durst?
no ano 2000, apenas alguns MESES depois do lançamento de “clube da luta”, do david fincher, o frontman do limp bizkit fez um RAP sobre ter assistido ao filme 28 vezes. ou seja, não basta gostar de coisa de incel - ele ainda tinha orgulho de falar abertamente sobre isso para o mundo. preocupante.
mas continuando. se você for à página da wikipedia do dito cujo vai se deparar com uma lista enorme de desafetos. fred durst, assim como madonna & eu, é leonino. mas diferentemente de nós duas, ele falava muito mal da britney spears. e quem faz isso nem pode ser considerado gente.
não estou exagerando quando digo que não sobrou pra nenhuma mulher da indústria musical. ele chutou pra tudo quanto era lado, aliando-se até àquele que fundou o clube do bolinha dos garotos desmiolados: eminem. a dupla se uniu pra vomitar asneiras sobre a christina aguilera. sim, a arqui-inimiga da princesa do pop.
as letras do senhor fred também eram marcadas pelo uso EXAUSTIVO de palavrões (apenas a música “hot dog” tem 47 fucks, como ele mesmo fala em um trecho: “if i say ‘fuck’ two more times, that's forty-six ‘fuck’s’ in this fucked up rhyme") e também repletas de piadinhas de cunho sexual (o que você acha que é “chocolate starfish and the hot dog flavored water”?).
isso me lembra uma trend no tiktok em que pais pedem para que seus filhos falem palavrões quando deixados sozinhos. daí é um show de crianças de 10 anos falando cu, bosta, meleca, foda, caralho. esse é fred durst, só que ele tinha 30 anos no auge do limp bizkit. cringe, cringe, cringe.
nem só de um limp se faz um bizkit
por mais que a sociedade se esqueça, o limp bizkit também é formado por outros carinhas além do fred durst. vou falar de cada um deles porque tenho muito tempo livre.
dj lethal cuida dos samples daorinhas da banda e já fez parte do house of pain – donos do hit “jump around”. e vamos combinar que o nome artístico dele é babado.
sam rivers e john otto, baixista e baterista respectivamente, têm formação em jazz. o mais doido é que eles tinham 20 anos de idade no auge da banda.
wes borland (1,85m) é um músico que ama música. um guitarrista que sabe fazer riffs memoráveis. um artista visual incompreendido, que sonhava em trabalhar com efeitos especiais em filmes de terror, mas, ocupado com o limp bizkit, passou a aplicar tudo o que sabia em si mesmo para as apresentações da banda. fora que ele é um guitarrista excepcional e não sou só eu que acho isso!
e até o coitado do fred durst, pô. ele é ok no que se propõe a fazer (isto é, ser uma figura pitoresca com uma voz e atitude únicas). quando ele usa a plataforma imensa que tem pra algo bom, é até que comovente. além do mais, hoje ele é um idoso fofinho, dança backstreet boys, é VEGANO e preocupado com o bem-estar de seus fãs. nós te perdoamos, fred!
depois de eu ter me humilhado no tópico acima, o mínimo que você pode fazer é escutar a minha seleção de músicas do limp bizkit:
tá bom, admito. no fundo o limp bizkit não foi feito pra ser levado a sério. eles encaram tudo isso como uma grande brincadeira, topando até participar de um comercial de carros usados. eles não são um mr. bungle ou um ween com um dom pra comédia, mas são talentosos.
o paradoxo do limp bizkit
o grande erro – e o grande acerto – do limp bizkit é, infelizmente, o fred durst. sem ele a banda seria infinitamente melhor, é verdade, mas também não teriam nem chegado a lançar o primeiro álbum. sua figura controversa gerava burburinho, o famoso “fale bem ou fale mal, mas fale de mim”. pra se ter uma ideia da magnitude da banda, basta lembrar que eles tiraram os BACKSTREET BOYS do primeiro lugar dos clipes mais pedidos na mtv – e isso no auge das boybands!
sim, a figura do senhor durst pode gerar um certo mal-estar, mas, acredite, ele é o que mais sofre por isso. recomendo fortemente a leitura dessa matéria. como eu sei que você não vai ler, vou fazer um rápido resumo: nela o vocalista fala sobre o bullying que sofreu na adolescência (algo que o wes borland também experienciou) e que suas músicas eram feitas pra tocar o terror nos valentões! só que como eles não têm cérebro, não entenderam nada e passaram a idolatrar a figura maloqueira do fred durst. o resto é história.
e é por isso, meu amigos, que eu assinei globoplay no sigilo: APENAS PRA VER O LIMP BIZKIT TOCAR NO LOLLAPALOOZA (não contem pra ninguém, por favor).
bye bye, aqui eu me despeço!
1. eu absolutamente nunca ouvi nada do limp bizkit. não que eu saiba. talvez alguma música me deixe bem "ahhhhh sim" das ideias, mas só vou saber disso quando ouvir sua playlist. obrigada por ela!
2. me parece que a sátira foi levada a sério o suficiente pra se tornar intenção. o que, posso falar? genial. agora preciso saber TODO o resto.
3. é óbvio que ele é leonino.
4. FELIZ DEMAIS COM ESSA QUE JÁ É A NEWSLETTER MAIS LEGAL DO MUNDO